Capítulo III - A Casa: Parte 1
Danilo estava indo à casa que sua mãe comprou certo
tempo atrás. Dessa vez era ele que iria cobrar o aluguel.
Ele chega ao portão e aperta a campainha. Nada. Ele
olha para a janela do primeiro andar e aperta de novo. Como ninguém responde,
ele resolve ver se realmente a casa está vazia.
Ele atravessa o portão de ferro como se fosse uma
gelatina. Sobe as escadas e passa debaixo da porta como uma poça homogênea de
água. Ao chegar à sala ele se depara com a inquilina sentada no sofá colocando
a mão na boca do filho pequeno.
− Como eu imaginei. – disse ele tomado de raiva. Acho
que naquele dia ele estava irritado com alguma coisa, mas como ele era muito
paciente, creio que só eu percebi.
− E-eu… posso explicar.
Sem hesitar ele suspende a mulher no ar e a prende
contra a parede, sem tocá-la.
− A única coisa que eu quero que você me dê é o
aluguel.
Foi a única frase que ele disse, antes do marido dela
lhe acertar um dardo paralisante. O poder dele falhou. Em seguida foi ele que
caiu pra trás sem poder mexer um músculo.
− Você está maluco?! – perguntou a mulher.
− Ele invadiu nossa casa e te agrediu.
− Primeiro que a casa é dele, e segundo que ele não
chegou a me agredir.
Enquanto os dois discutiam Danilo tentava em vão mexer
algum dedo para tirar a substância de seu corpo, mas ele malmente podia mexer
os olhos.
− Vamos matá-lo.
− O quê?! Você ficou maluco? Se a mãe dele souber que
seu filho veio aqui e morreu na ida, ela pode desconfiar.
− Ela não vai saber que ele morreu. Vamos cloná-lo.
− Cloná-lo?
− Sim. Com ele lá dentro podemos controlar a dona da
casa e morar aqui de graça.
A mulher deu um sorriso meio diabólico meio
agradecido, e deu um abraço no marido. Minutos depois o homem entrou no quarto
e veio com uma seringa.
Danilo tinha que fazer algo rápido, caso contrário ele
seria substituído por um clone seu amoral.
O homem começou a retirar seu sangue, então ele viu
que só poderia fazer uma coisa, mesmo paralisado. Chamar seu exército
particular. Com o anel que Diogo lhe deu, Danilo chamou Gabriella, a bruxa mais
forte que ele conhecia e que estava mais próxima.
− Posso matá-lo agora? – Perguntou a mulher.
− Ainda não. Se der alguma coisa errada com o sangue,
eu vou voltar pra pegar mais. – após dizer isso, o inquilino desceu as escadas
e sumiu da vista do garoto.
Era questão de tempo até Gabriella chegar e encontrar
o cara.
Bom… ela demorou um pouco pra chegar, mas fez um bom
trabalho.
A garota entrou pela janela, enlaçada em chamas lilases,
e largou um poder na mulher que voou cozinha adentro. Em seguida usou um
feitiço para ler a mente dele e saber o que estava acontecendo. Como ele foi
paralisado por uma substância, ela só poderia libertá-lo com uma poção. A moça
em seguida fez o filho da inquilina dormir.
Como Gabriella
é o elo que liga o controle do anel de Danilo com os outros bruxos, ela poderia
chamar qualquer outro bruxo e ordená-lo que fizesse qualquer coisa. Uns dez
minutos depois entraram pela janela, só que dessa vez montados em vassouras,
três bruxas que, dos quais, Danilo só conheceu a avó dela e a tia.
As quatro entraram na cozinha onde a inquilina estava
desmaiada ali no chão e começaram a fazer a tal poção mágica que libertaria
Danilo daquele estado.
Danilo não sabia o que era mais angustiante: ficar
deitado ali sem poder mexer um músculo, o fato daquele homem está fazendo um
clone seu ou a demora daquelas mulheres em fazer uma simples poção que o
tiraria daquela paralisia. A sua última preocupação foi resolvida um tempo
depois quando a avó de Gabriella e a outra mulher que ele desconhecia, miraram
na substância e em seu estômago, fazendo a primeira flutuar até o segundo.
− Obrigado! – disse assim que recuperou os movimentos
e levantou. – Agora quero que vocês descubram onde aquele sacana foi.
− Posso ler a mente dela. – Gabriella se aproxima da mulher
caída e faz a mesma coisa que fez com Danilo quando chegou. – Ele foi para um
laboratório aqui perto.
− Vão até lá.
− Só entra quem é cadastrado no laboratório. Mas eu
posso fazer uma poção para ficar igual a ela.
− Sério? Por favor, então.
Quando Gabriela tinha acabado de sair, a mulher
acordou.
− Façam ela dormir de novo. – Danilo sentou no sofá e
se concentrou para saber exatamente o que a bruxa fazia.
− Onde está o clone? – perguntou ao se aproximar dos
dois.
− Naquele tubo ali. – Apontou o cientista, para um
grande tubo de vidro cheio de um líquido transparente e viscoso.
O inquilino ia perguntar o quê que ela estava fazendo
ali, mas só teve tempo de lançar-lhe uma bolha de ar jogando-a em uma mesa,
depois que o cara de jaleco desviou a mão dela que disparou contra a parede de
vidro estilhaçando-a.
O cientista então lhe lançou uma rajada de cilindros
brancos. A bruxa desviou se jogando para trás de um balcão que foi quase
totalmente destruído.
− Salve o clone que eu cuido dela. – disse o
inquilino.
Gabriella saiu de trás do balcão e lançou um feitiço contra
o homem que se protegeu criando uma bolha em volta da metade da sala onde ele e
o cientista estava.
− O que houve com você? Que poderes são esses?
− Ela é uma bruxa.
− Minha mulher não é uma bruxa!
− Não. Ela é uma bruxa disfarçada de sua mulher. Foi o
que eu quis dizer.
Vendo que seus feitiços não davam efeito, ela criou
uma bola de fogo lilás que tomou a sala impedindo que os seguranças entrassem e
a detivesse. O fogo envolveu o globo e aqueceu rapidamente o ambiente onde
estava o inquilino e o cientista que mexia no computador.
− Ela vai nos cozinhar!
− Pode tirar a bolha.
− Enquanto ao clone.
− Eu já o enviei pra Marte.
− Marte?
− Abaixe logo essa bolha!
O homem obedeceu. Em seguida Gabriella deixou uma
parede flamejante ao redor da sala semidestruída e preparou um feitiço que
parecia emitir gemidos aterrorizantes.
− Quem vai falar primeiro?
− Marte?
− Foi o que eu li na mente dele. – disse a garota.
− Ele tem um laboratório lá? – perguntou Danilo.
− Não. Na verdade é um laboratório de um comparsa dele
chamado Esforiöul.
− Esforiöul?
−É. Significa “Caçador de Estrelas” em marciano.
Danilo começou a andar de um lado pro outro. A
inquilina começou a acordar. Ele se aproximou dela.
− Onde está meu dinheiro?
− Eu… não tenho. – respondeu com a voz fraca.
− Eu vou perguntar só mais uma vez. Se não me der o
aluguel, eu vou pedir para essas damas que te torturem de quatro modos
diferentes. – até que ele blefava bem.
A mulher olhou aquele grupo atrás dele que criaram nas
varinhas, feitiços de cores e tamanhos diferentes e tremeu.
− Tudo bem. Eu lhe dou.
Com o dinheiro, Danilo foi até a Lotérica pagar conta
de telefone. A fila não estava muito grande, portanto ele iria ser atendido
rápido, no entanto um homem que estava atrás dele atacou um dos dois homens que
estavam em um caixa na frente da fila.
Foi tudo muito
rápido. O cara com camisa do “Just do it” atacou o da esquerda com um aparelho
que descarregou uns cem volts derrubando o cara. Quando ele foi atacar o da
direita, este fez um movimento com a mão em forma de lâmina que dividiu o
aparelho ao meio. Em seguida deu um soco nele. “Just do it”, então sacou um
revolver e apontou para o cara, mas se abaixou no mesmo momento em que a mulher
do guichê levantou uma mini metralhadora e disparou contra ele.
Todos se abaixaram dos tiros que estilhaçaram a
proteção de vidro que separava os atendentes das outras pessoas.
No chão, “Just do it” apontou a arma novamente para o
outro, no entanto ela foi puxada por uma mulher que estava na frente da fila.
Ela mirou no “Just do it” que soltou um raio verde pelos olhos eletrocutando a
mulher. “O da direita” aproveitou para partir pra cima do “Just do it” com uma
lâmina no lugar da mão, no entanto “Just” se defendeu segurando as mãos dele e
virando ficando em cima do cara. Acho que olhos dele brilharam em uma cor
amarela quando a mulher do guichê mirou nele e disparou novamente.
“Do it” se jogou no chão e rolou se esquivando da
rajada. Foi então que Danilo se meteu. Ele lançou um disco de gelo que dividiu
a arma em dois. Ao fazer isso, “o da direita” olhou para ele e passou a
controlá-lo.
A primeira ordem, se eu ouvi bem, foi que ele
congelasse o cara, e quase ele fez se eu não tomasse o controle e impedisse isso.
Ao invés de congelar o sangue de “Just do it”, eu levantei “o da direita” e
disse:
− Controle isso. – O joguei contra o mural dos
resultados sem precisar mexer muito o braço.
− Como conseguiu ficar imune ao controle dele? –
Perguntou “Just do it” já de pé.
− Eu tenho a mente fechada. – Respondi.
Estava livre. Agora eu podia fazer o que Danilo não
tinha coragem de fazer.
À noite eu sair para conversar com Diego (Pombinho)
que veio passar o fim de semana na casa da avó.
− Como você tem uma nave, achei que poderíamos ir até
Marte procurar esse tal Esforiöul.
− Marte é grande, Braço. Levaríamos semanas para
encontrar esse cara.
− Não se lá tiver um Google Mars. – Disse fazendo-o
ri.
− E se não tiver?
− Usamos o da sua nave.
− Ela não tem.
− Como você viaja por entre galáxias e não tem um
programa de pesquisa ou localização?
− Eu não sou um Mochileiro[1],
Braço. Eu vim a Terra com um objetivo específico.
− Salvar o mundo?
− É sério, Braço.
− Tudo bem. Eu vou arranjar outro viajante com um
Google embutido. – disse descendo as escadas.
− Procure um Mochileiro.
− Pode deixar. – Respondi antes de entrar em casa.
Três semanas depois eu estava na Praça da Piedade com
uma colega de faculdade.
− Achei que viemos aqui para falar sobre o trabalho.
− Isso é apenas uma pequena pausa. – Disse com o braço
sobre os ombros dela.
− Eu tenho namorado. E ele é seu amigo.
− Mulher de amigo meu não é homem. E ele não é meu
amigo, é um colega.
− Não é o que ele pensa de você.
− E você? O que pensa sobre mim?
− Eu?
− É. Você.
− Acho que você é cínico… meio dissimulado.
− Dissimulado? – perguntei rindo e me aproximando mais
dela.
− É. Mas também uma gracinha.
Quando ela disse isso eu me aproximei e a beijei, no entanto,
não pude curtir muito.
− Posso interromper?
Quando eu olhei estava recebendo um soco que me fez
atravessar o banco de madeira. A princípio eu achei que fosse o corno, mas para
minha surpresa o cara que me acertou tinha o mesmo rosto que eu.
− Você. – Disse.
Raquel olhou assustada sem entender o que estava
acontecendo, mas não disse nada.
− Espero que não tenha achado que eu não viria.
− Muito pelo contrário. Eu sempre esperei você. –
disse me levantando.
Menos de um segundo depois, seis bruxos apareceram de
uma fumaça negra, apontando feitiços na direção do clone.
− Esses são seus capangas?
− Matem-no.
Antes que eles pudessem disparar o feitiço, o clone
explodiu como uma bola de fogo imensa repelindo os bruxos como se fossem
insetos. Em seguida fez o fogo voltar-se contra mim, no entanto eu o bloqueei
com uma rajada de ar. Enquanto nós disputávamos poder, eu chamei mais vinte e
nove dos mais fortes bruxos.
Os poderes cessaram.
− Terá que fazer mais que isso se quiser me vencer. –
disse.
− Digo o mesmo.
Em seguida ele apontou para o chão que se liquefez me
tragando até o pescoço. Depois voltou ao normal.
− Levarei sua cabeça em memória.
Ao dizer isso, Raquel se meteu na luta e criou um
gigante com a mente que socou o clone para o outro lado da pista. Em seguida o
gigante me tirou do chão.
− Thank you. – Disse antes de pular para o passeio
onde o clone se levantava.
Congelei-o até
o pescoço e disse:
− Quem terá uma boa lembrança agora?
Estava preste a
criar uma espada de gelo quando ele desfez o que o encobria fazendo uma estaca
me perfurar. Ele terminou de levantar e me olhou com um ar de desdém. Por sorte
eu tinha um anel que me tornava um mago da água, portanto, ela não podia me
matar.
Empurrei-o contra a parede e o perfurei com a mesma
estaca, no entanto ele sumiu se juntando ao ar fazendo, em seguida, um tornado
que me puxou e me jogou para longe dali.
Eu cair sobre um telhado de uma casa grande que cedeu.
Era um terreiro de candomblé. Estava vazio.
Eu mal tinha me posto de pé e já recebi uma bola de
fogo no estômago que me fez atravessar uma parede.
− Vou matá-lo aqui para que sua namoradinha não veja.
Antes que ele se aproximasse, eu estiquei a perna,
chutei seu rosto e soquei a boca de seu estômago fazendo o mesmo com o braço.
Levantei e envolvi a casa na mais pura trevas. Ele começou a pegar fogo para
iluminar o local, mas não podia ver um palmo na frente do nariz.
Aproveitei para esfriá-lo com um jato d’água seguido
de uma mão negra que o segurou como se fosse um boneco.
− Você agora é um brinquedinho meu.
− O que é isso? – Perguntou desesperado.
− Uma coisa que seus poderes sobre elementos não
poderão fazer nada. – eu ia esmagar o clone com outra mão negra, mas uma nuvem
saiu da frente do sol e desfez a magia.
Ele caiu ajoelhado ficando de quatro, arqueando. Já eu
tive que me esconder atrás de uma coluna. Minha única opção, já que minhas mãos
queimaram era fugir e deixar que os bruxos terminassem o trabalho.
À noite um deles veio até mim na laje.
− E então? – perguntei.
− Ele fugiu.
− O quê?!
− Ele atravessou o chão. Conjuramos vários feitiços
contra o solo criando um grande buraco, mas não o achamos.
− Que desabassem a casa! – esbravejei irado.
Com certeza ele não me atacaria à noite. E agora ele sabe
todas as minhas habilidades, assim como eu sei as dele. Não obstante, se ele
veio com poderes diferentes, isso quer dizer que ele pode adquirir outros.
“Tenho que fazer o tempo ficar ao meu favor.” Pensei.
− Tudo bem. – Disse então. – Mas fique alerta. O
tempo estará meio nublado esses dias.
Quando a nave de Hoderui[1] chegou,
eu soube que ele havia fracassado.
− Eu falhei! – disse quando entrou no
apartamento.
− Eu sei.
− Culpa sua. – tento me socar, mas
passou direto.
− Culpa minha? Eu te
avisei que seria uma má ideia enfrentá-lo.
− Eu não podia continuar
com os pensamentos, os sonhos, os desejos dele na minha mente. Eu não aguentava
mais.
− E a concentração que eu
lhe ensinei?
− Eu não sou monge
telepata, Ajax. – falou em exaspero.
− E eu sou? Saber certas
coisas não nos torna em nada, mas saber como e quando usá-las, sim. Olhe pra
mim. Eu passei de soldado a general a caçador de recompensas. Na época em que
eu lutava nos cinturões de asteroides em Babeul, eu nunca imaginei que seria
conhecido como Caçador de Estrelas. Mas aqui estou. Treinando um terráqueo a
ser um caçador de recompensas como eu.
− Um caçador de
recompensas deve saber matar não é.
− Sim. Mas um caçador de
estrelas deve saber quem matar.
− E eu sei. Sei todos os
seus poderes. Ele controla a água, as trevas, os bruxos, os ventos, pode
esticar membros. É quase tão bom quanto eu. Mas eu tenho a você. Um mestre e
tanto. E como mestre deve me ensinar a melhor maneira de matá-lo.
− Um mestre deve ensinar
a seu pupilo a hora de parar. Faça as meditações. – disse me retirando.
Eu sabia que Hoderui não ia desistir tão fácil. Parece
que o mito de que os clones sempre ficam com os piores defeitos do ser original
era verdade. Ele era arrogante, prepotente, confiante de si. Ele nunca escuta,
nunca aprende a usar os sinais como seu amigo. Eu sabia que se ele enfrentasse
Danilo de novo ele iria morrer. Eu poderia fazer outro clone dele, mas Hoderui
era bom demais para desperdiçá-lo. Não sei se outro clone seria tão forte e
versátil quanto ele era. Assim sendo, teria que acabar com Danilo pessoalmente.
− Os quatro
elementos? – perguntou Diego.
− É. Ele usou fogo, mudou o estado do chão, criou um
tornado e desfez o gelo que o prendi. Por isso preciso de sua ajuda. Você é
imune ao fogo, também tem sopro, visão de calor e é forte. Pode bater nele sem
se preocupar com os poderes dele.
− Não é assim. Primeiro temos que saber por que ele
continua atrás de você já que os inquilinos foram presos. Se ele é o único,
quem está ajudando ele e principalmente, quem é esse Esforiöul. Você sabia que
“Caçador de Estrelas” é um atributo dado aos melhores mercenários estrelares do
universo? Só existem nove em todo o cosmo.
− A única coisa
que sei é que tem alguém aí com meu rosto e ele não é meu irmão gêmeo. Portanto
eu quero destruí-lo custe o que custar.
− Braço, desde quando você é assim? Arrogante e
imprudente?
− Desde quando você se nega a ajudar os amigos?
− Eu vou te ajudar… mas da maneira certa. — encerrou.
Mal Diego alçou voou, eu fui puxado para debaixo da
terra. E dessa vez nem a cabeça ficou pra fora. Tentei lutar e sair dali, mas
parecia que alguma força retinha meus movimentos. Eu sabia que não tinha muito
tempo, por isso criei uma bolsa de ar no meu pulmão e chamei os vinte e nove de
novo, no entanto foi Diego que me salvou.
Acho que ele deve ter notado que eu sumi rápido
demais, usou sua visão de raio-x e desceu com tudo criando uma cratera em
frente à porta de Nêm. Eu tornei a controlar meus membros e sai daquele buraco.
Quando olhei para trás vi Diego socar o chão e ser puxado pela terra.
“Que diabo está acontecendo?” Pensei. Alcei voou para
não ser tragado de novo, mas fui atingindo por um raio vermelho que saiu do
chão acertando meu peito me fazendo bater nos fios e cair após o choque. Antes
de eu tocar os paralelepípedos, uma mão verde me socou. Eu subi de novo e bati
em uma parede na lateral de uma casa.
Diego subiu levando metade do chão e soltando um raio
de fogo pelos olhos que passou pelo homem verde de capa azul e cueca preta. O
homem lançou de volta o mesmo raio que me atingiu, fazendo Diego atravessar uma
parte da casa de Nêm (mãe de Jean) e entrar no quintal de Diogo, ao lado.
Aproveitei a distração dele e o soquei a distância. O
homem planou sobre a escada e voltou a toda velocidade com uma espada na mão.
Criei uma barreira de gelo e desviei para o lado, prevendo a possibilidade de
ele passar pelo bloco. Após fazê-lo, cravando sua espada na parede, o homem
verde pegou minha cabeça e colocou para dentro da parede. Segurei o pescoço
dele com vontade, mas parecia que não fazia a menor diferença. Por sorte Diego
partiu pra cima dele levando gelo, parede… tudo.
No chão eu pude ver o mercenário passar por Diego
ficando atrás dele e pegando sua cabeça e enterrar no chão com vontade, porém
dessa vez ela não atravessou o chão e sim brocou mesmo. Em seguida deu um soco
nas costas dele criando um círculo no azulejo.
Tive então que aproveitar e atacá-lo de outra maneira.
Usei a técnica de controle do sangue dele, mas parecia que não havia água
alguma lá. Quando o ele olhou pra mim, um ruído no céu mostrava que meus vinte
e nove bruxos estavam vindo. Me afastei da passagem deixando-a livre. Mal os
bruxos se aproximaram e já lançavam feitiços de todo tipo, contudo eles só
acertaram o chão. Do nada uma espécie de onda invisível quebrou todas as
vassouras e fez todos os bruxos caírem de uma altura superior ao do prédio de
três andares que eu estava na frente. Todos morreram e o cara não mexeu um
músculo. Na certa ele era telepata ou tinha um poder muito forte do qual eu
nunca tinha visto antes.
Ele olhou pra mim e eu percebi que só havia uma
única saída: fugir. Envolvi o lugar na mais profunda escuridão e voei. Antes eu
ter usado os poderes das trevas contra ele, mas eu não iria errar de novo. O
que ele fez foi usar uma pedra negra que emitiu uma luz vermelha tão poderosa
que sugou não só minha escuridão, mas também a mim.
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